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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Entendendo os mecanismos de débito e de crédito na contabilidade.

Muitos alunos que iniciam o estudo da contabilidade ficam confusos com o “método das partidas dobradas”, pois para entendê-lo, há a necessidade de ter uma fundamentação na natureza das contas contábeis e dos seus saldos.
Há basicamente duas naturezas de contas: contas patrimoniais e contas de resultados.
As contas patrimoniais recebem este nome porque fazem parte do Balanço Patrimonial, divididas entre contas de ativos, passivos e patrimônio líquido, cuja função é saber o total de patrimônio que uma empresa possui.
Por patrimônio, a contabilidade entende o conjunto de bens e direitos [ATIVOS] e de obrigações [PASSIVOS], sendo a diferença entre os ativos e os passivos, denominada de patrimônio líquido.
O mecanismo de lançamento dos débitos e dos créditos em contas patrimoniais dependerá da natureza dos saldos das contas, sendo que 99% das contas do ATIVO são devedoras e 99% das contas do passivo e do patrimônio líquido são credoras.
Assim, com 99% de possibilidade de acerto no lançamento de uma conta de ativo, para aumentar o saldo devemos debitá-la, e para reduzir o saldo, creditá-la.
Já no PASSIVO e no PATRIMÔNIO LÍQUIDO, em função da natureza do saldo ser credor, com 99% de possibilidade de acerto no lançamento para aumentar o saldo devemos creditá-la, e para reduzir o saldo, debitá-la.
As contas de resultado servem para que ao menos uma vez ao ano a empresa tenha a possibilidade de verificar se está sendo lucro ou prejuízo com suas operações, e fazem parte de um relatório denominado de Demonstração do Resultado, sendo composto por RECEITAS, CUSTOS e DESPESAS.
Os saldos das RECEITAS são de natureza credora, portanto para aumentar o valor deverá ser creditado, e para reduzir deverá ser debitado.
Em relação aos CUSTOS E DEPESAS, onde a natureza do saldo é devedor, todas as vezes que receber um lançamento a débito aumentará, e a crédito irá diminuir.
Após a exposição acima a revelação do “segredo do lançamento contábil” passa por quatro etapas:
·         Identificar as contas envolvidas;
·         Identificar se são patrimoniais ou de resultado;
·         Perceber se haverá o aumento ou a redução no saldo;
·         Realizar o lançamento contábil.
Para auxiliar na tarefa inicial de organização das ideias, sugiro o acompanhamento visual da tabela abaixo:

Relatório a que
pertence
Natureza da
conta
Natureza do
grupo
Natureza do
saldo
Efeito no lançamento
DÉBITO
CRÉDITO

BP
BP
BP
DR
DR
DR

Patrimonial
Patrimonial
Patrimonial
Resultado
Resultado
Resultado

ATIVO
PASSIVO
PAT LIQUIDO
RECEITA
CUSTO
DESPESA

Devedor*
Credor*
Credor*
Credor
Devedor
Devedor

Aumenta +
Diminui -
Diminui –
Diminui –
Aumenta +
Aumenta +

Diminui –
Aumenta +
Aumenta +
Aumenta +
Diminui –
Diminui –
* Há contas retificadoras/redutoras de ATIVOS, PASSIVOS E PATRIMÔNIO LÍQUIDO que fogem a regra.
O mecanismo de débitos e de créditos, método das partidas dobradas, não é difícil, todavia há a necessidade de conhecer a estruturação das contas do Balanço Patrimonial e da Demonstração do Resultado, para que seja possível realizar o lançamento com segurança.
Entender sobre a natureza das contas, e a natureza dos saldos, certamente irá ajudar a tornar menos “misteriosa” a tarefa de realizar lançamentos.
Como dica final, nunca confundir débitos e créditos com algo bom, ou ruim, em contabilidade não tem esta lógica cartesiana, o melhor é saber o lado direito de uma conta recebe lançamento a débito, e o lado esquerdo a crédito, isto é universal.





quinta-feira, 11 de abril de 2013

Diagnose das fraudes nas organizações.



Os agentes motivadores, mais comuns, para a ocorrência de um ato fraudulento, de acordo com pesquisa da GBE Peritos Contábeis são: os jogos de azar, dívidas, sexo, a avidez ou vontade de lucrar, e os tóxicos. Existem, todavia, outras causas ou razões para ocorrências desta natureza, porém muitas vezes guardam relação com estas citadas.
Muitas fraudes são geradas por funcionários que se sentem desvalorizados ou rejeitados na empresa. Também utilizam, como justificativa por ter incorrido neste erro, o fato da própria companhia não constituir exemplo de conduta ética, ao sonegar impostos e “burlar” leis trabalhistas.
Oportunidade, necessidade e racionalidade. Quando esses três componentes estão presentes na mente de uma pessoa, passa a existir a possibilidade do cometimento de fraudes.
O fraudador não escolhe um alvo, ele aproveita as circunstâncias, descobre falhas nos controles internos, e também se vale da posição que ocupa na empresa, para subtrair recursos desta, ou ainda, extraí-los de clientes ou fornecedores. As fraudes começam pequenas, testa-se os controles internos da empresa aos poucos, até se sentir seguro o bastante para aumentá-las.
Companhias privadas do setor industrial são cada vez mais o alvo preferido de fraudes, mais até que os bancos. Porém a corrupção ainda lidera o ranking das fraudes, e nessa categoria entram os casos em que os funcionários usam da influência de seus cargos para conseguir algum benefício.
Ao contrário do que se pensa, as grandes companhias não são as mais lesadas com a prática da fraude. As pequenas companhias não possuem um controle de caixa tão eficiente quanto as grandes. É comum observar um empregado recebendo, conferindo e até assinando a nota fiscal e ainda liberando o produto.
As organizações de um modo geral estão vulneráveis, pois o problema reside no indivíduo e o avanço tecnológico vem contribuindo cada vez mais para facilitar a ação fraudulenta. O computador hoje faz com que vários processos que, anteriormente eram lentos e burocráticos, aconteçam muito mais rápidos, sem que seja dada a devida atenção ao controle das operações em diversos casos.
A principal característica de uma empresa fraudada é a falta de acompanhamento dos seus funcionários, aliada às falhas nos controles internos, independentemente do seu tamanho.
A contabilidade, se bem utilizada, pode ser um dos maiores sistemas para detecção de fraudes em uma empresa, todavia, se mal utilizada, poderá ser transformar em uma nefasta engrenagem para que a fraude se perpetue.