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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Técnicas ou procedimentos de auditoria.

Para colher evidências que proporcionem ao auditor testar a fidedignidade dos saldos apresentados nas Demonstrações Financeiras, são empregados vários métodos chamados de técnicas ou procedimentos de Auditoria.
As técnicas de auditoria são o conjunto das investigações aplicadas pelo auditor para reunir evidências de que determinado processo esta em conformidade com as normas internas da empresa, e ou com legislação específica da matéria sob exame.
As técnicas não são provas em si, elas proporcionam a obtenção das provas necessárias para o auditor emitir uma opinião fundamentada sobre o objeto auditado.

As técnicas de auditoria mais usuais são:
à Contagem Física;
à Confirmação com Terceiros;
à Conferência dos Cálculos;
à Inspeção nos Documentos;
à Averiguação e Correlação das Informações.


Contagem Física

O auditor examina pessoalmente o bem, constatando a sua existência. Estabelecendo o contato visual com o bem, o auditor se certifica de que este é realmente o que se pretende que seja e que a sua existência é efetiva.
Subsidiariamente, outras constatações também são possíveis. Ao ver o bem, o auditor avalia a sua condição de uso, ou seja: se realmente está produzindo a utilidade prevista, e se está bem conservado.

Desta forma, o exame físico compreende contagem, identificação, verificação de pleno uso e qualidade do bem. A efetividade de aplicação desta técnica é limitada a bens corpóreos ou que possam ser objeto de qualquer prova tangível de sua existência física.

Confirmação com terceiros

Consiste na obtenção, pelo auditor, de uma declaração escrita, junto a fontes externas capacitadas para tanto.
O documento com a declaração deve seguir diretamente para o auditor, sem a interferência da empresa auditada. O pedido de informações à fonte externa deve ser preparado por funcionário da empresa, sob atenta supervisão do auditor.
Isso se justifica em face do relacionamento da empresa com a fonte externa. Esse tipo de técnica permite reunir evidências sobre a fidedignidade dos saldos das contas a receber e a pagar, saldos bancários, contas de empréstimos, estoques em poder de terceiros, passivos contingentes, coberturas de seguros e credores em geral.

Para assegurar a eficácia da técnica de circularização, alguns cuidados são necessários:

I           O auditor seleciona os saldos sobre os quais ele julga necessário obter confirmações. São utilizados formulários impressos para os pedidos de confirmação sobre saldos de contas a receber, a pagar, saldos bancários e outros saldos comumente circularizados. O cliente prepara as cartas com o pedido de confirmação , assina e as envia ao auditor para aprovação final. O auditor confere o nome da fonte externa, endereço, valores e outros detalhes, de forma a evitar qualquer problema que possa provocar resposta incorreta.


II            O auditor coloca a carta no envelope com os dados do destinatário, tendo o cuidado de indicar o seu endereço como remetente, para eventualidade de devolução por incorreções de endereço ou nome da fonte consultada. O auditor também põe a correspondência no correio, tarefa esta que não pode ser deixada por conta do cliente.

III         O auditor deve anexar ao pedido de confirmação um envelope de porte pago, contendo o seu nome e endereço, para assegurar que a resposta será enviada diretamente ao seu escritório, sem qualquer intercepção.

IV        Ao receber as respostas, o auditor concilia as informações obtidas com os registros contábeis do cliente, analisando minuciosamente qualquer discrepância.

V         A falta de resposta pode ensejar a repetição do pedido. Persistindo o fato, o auditor, após autorização do cliente, pode dirigir-se pessoalmente a fonte externa, a fim de obter a confirmação desejada.
VI        As confirmações de contas do ativo indicam quase sempre o valor do saldo na data desejada, de acordo com os registros do cliente, e sua composição, solicitando-se a fonte externa, confirmação para estes dados. As circularizações de contas passivas não devem trazer indicações do valor devido conforme os livros, ou natureza do débito, solicitando a fonte externa que preste este tipo de informação. 
           
            O auditor dispõe de dois tipos diferentes de circularização:
/   Circularização positiva;
/   Circularização negativa.



Circularização positiva é aquela em que o auditor sempre espera receber uma resposta, confirmando, ou não, o saldo ou posição demonstrada. É empregada nas cartas aos advogados da empresa, indagando sobre eventuais ações em andamento, companhias de seguro, para avaliar a suficiência da cobertura contratada, e contas do passivo.

Circularização negativa somente prevê resposta em caso de discordância da fonte externa em relação ao saldo informado. É utilizada para testar a eficiência de controles internos na seção de crédito e cobrança, e para contas do ativo compostas por muitos itens, mas de pequeno valor individualmente. A eficácia deste tipo de circularização depende da eficácia do serviço local de correio.

Conferência dos Cálculos
No transcurso de suas verificações, constantemente o auditor se depara com várias situações em que a precisão aritmética é decisiva para legitimar o tipo de evidência. Embora pareça simples, e realmente o é, este tipo de evidência traz importante contribuição para o processo de formação de opinião do auditor.
Um mero erro de adição afeta, invariavelmente, duas ou mais contas e, não raro, serve para encobrir uma tentativa de fraude nas demonstrações contábeis.


Inspeção nos Documentos
Inspeção é a técnica de auditoria de que o auditor se utiliza para examinar a comprovação documental das transações. Basicamente, as transações entre empresas e pessoas envolvem algum tipo de documento, que serve de explicação para os detalhes sobre o que foi feito e que conseqüências se espera do fato.
A inspeção compreende a legitimidade do documento em primeiro lugar, e consequentemente da transação. É quanto ao auditor confirma se a transação foi autorizada, o que pode ser constatado por assinatura ou rubrica da pessoa encarregada.
Averiguação e Correlação das Informações.

Averiguação
Embora o auditor seja um profissional experiente, surgem várias dúvidas a respeito de transações e procedimentos de controle, que ele esclarece por meio de formulação de perguntas aos funcionários da empresa.
Não pode existir qualquer tipo de constrangimento por parte do auditor em fazer perguntas, sob a alegação de que está demonstrando pouco conhecimento técnico.
A experiência demonstra que muitas questões importantes são levantadas casualmente, durante uma conversa informal com os funcionários, as quais poderiam escapar, mesmo com auditores experientes, durante os trabalhos normais de auditoria.
Convém ressaltar que as informações obtidas por meio da averiguação não servem, por si sós, como evidências de auditoria. As informações assim obtidas necessitam de confirmação por meio de outras técnicas de auditoria.

Correlação
Não existem dados isolados em um sistema de contabilidade funcionando corretamente. Os dados fornecidos pela contabilidade de forma coerente, inter-relacionados, podem merecer confiança do auditor.
Por exemplo, deve ser aplicável uma conciliação do volume de vendas a prazo com o valor das contas a receber dos clientes. O custo da mercadoria vendida deve guardar razoável relação com os estoques. Os encargos sociais a recolher devem possuir estreito relacionamento com a folha de pagamento. O auditor procurará essas relações naturais, não as encontrando, investigará mais profundamente.
Variações periódicas, incremento de um ano para outro, podem justificar a falta de comparabilidade ou comportamento atípico. Até que o auditor tenha apreciado pormenorizadamente as explicações, o fato por si só já é suficiente para despertar-lhe interesse, assim como o comportamento regular e uniforme, lhe dá uma boa base para aceitação dos dados gerados pela contabilidade.